Paulo Aragão: Rádio universitária sob censura?

“A única coisa permanente é a mudança”. Esta frase do filósofo Heráclito de Éfeso me veio à mente ao ler o artigo “Rádio Universitária sob censura”, do professor da UFC, Nonato Lima, veiculado no jornal O POVO. Radialista e professor do UFC, o articulista detém reconhecida atuação profissional no ambiente da comunicação social. Tal característica foi demonstrada durante os 15 anos que esteve na coordenação da Rádio Universitária. Não obstante essa credencial, o referido autor parece desconhecer que não é aceitável que uma pessoa se eternize em um cargo de direção.

De fato, desde que assumimos a FCPC, no final de 2021, temos despendido esforços na implementação de um amplo projeto de modernização administrativa e operacional visando adaptá-la ao novo cenário conjuntural que afeta todas as instituições e a sociedade em geral. No âmbito restrito à própria FCPC, adotamos mudanças inovadoras e ousadas. E, como órgão integrante da sua estrutura, a Rádio Universitária não poderia ficar fora desse esforço de modernização.

Assim, empreendemos esforços no sentido de dialogar com a direção da Rádio buscando transmitir a importância e a necessidade de renovação na grade de programação para adequar sua mensagem ao novo contexto da UFC, especialmente nos campos da pesquisa, inovação e empreendedorismo, hoje vertentes vitais da Universidade. Essa intenção de diálogo, entretanto, foi, estranhamente, encarada pelo ex-coordenador como uma “tentativa de intervenção”.

Esse posicionamento conservador, derivado de uma compreensão equivocada, gerou uma série de narrativas de censura, criadas de forma artificial e sem base fática, destinadas a preservar as práticas antigas, como se a direção da rádio fosse um feudo intocável.

p prof. Nonato cita em seu artigo que “paira, hoje, um clima de incerteza sobre os rumos da RUFM, o que abala emocionalmente a equipe e prejudica o livre exercício de suas atividades”. Esse é mais um equívoco pois, desde que o prof. Nonato Lima deixou a direção da rádio, diversas reuniões foram realizadas entre a FCPC e os jornalistas da RUFM, com o intuito de planejar passos, ações e projetos que levem a emissora a um novo estágio de operação.

O compromisso central transmitido pela direção tanto da FCPC quanto da UFC tem sido a preservação da independência editorial, de modo a assegurar plena liberdade à equipe para definir os conteúdos a serem veiculados e a grade de programação da emissora. Implementar uma programação plural é o nosso compromisso.

Fonte: O Povo
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